quarta-feira, 29 de maio de 2013

Festividade de Corpus Christis


A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do "Cristo todo" no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a bula Transiturus de hoc mundo de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.
O papa Urbano IV, na época o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège, na Bélgica, recebeu o segredo das visões da freira agostiniana Juliana de Mont Cornillon, que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Por solicitação do papa Urbano IV, que, na época, governava a Igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus de hoc mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.
A festa de Corpus Christi foi decretada em 1269.
O decreto de Urbano IV teve pouca repercussão, porque o papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia, na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma, é encontrada desde 1350.
A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: "Este é o meu corpo... isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim". Segundo Santo Agostinho, é um memorial de imenso benefício para os fiéis, deixado nas formas visíveis do pão e do vinho. Porque a Eucaristia foi celebrada pela primeira vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o vinho sangue de Jesus Cristo, em toda Santa Missa, mesmo que esta transformação da matéria não seja visível.
Corpus Christi é celebrado 60 dias após a Páscoa, podendo cair, assim, entre as datas de 21 de maio e 24 de junho.

Em outra ocasião, aquando da invasão de Assis pelos sarracenos, Santa Clara apanhou o ostensório com a hóstia consagrada e enfrentou o chefe deles, dizendo que Jesus Cristo era mais forte que eles. Os agressores, tomados de repente por inexplicável pânico, fugiram. Por este milagre Santa Clara é representada segurando o Ostensório na mão.

terça-feira, 28 de maio de 2013

MARIA: A IMAGEM DA IGREJA.



Caros leitores do blog,
Irmãos aspirantes e frades,
Paz e Bem!


Maria, a Virgem Santíssima, foi aquela que soube dizer, verdadeiramente, um “Sim” a Deus! Maria é aquela que é para nós, católicos, um modelo de vocacionada e um molde de santidade! Esta Mãe maravilhosa, a quem não faltam adjetivos para elogia-la, serviu como tema do encontro dos aspirantes a frades menores neste mês de maio, que aconteceu no Convento de Nossa Senhora das Neves, Olinda, durante os dias 24 a 26.
No início dos nossos estudos, que foram ministrados por Frei José Reinaldo OFM, começamos a refletir o papel da Sempre Virgem desde quando a conhecemos até o presente momento, onde analisamos quem é Nossa Senhora em nossa vida. Ela caracteriza-se principalmente por sua coragem, seu amor, sua obediência e prontidão; pelo seu silêncio e desprendimento e, acima de tudo, por ser a nossa Mãe e Mãe de Deus!


Isso se concretiza nos textos que, logo em seguida, refletimos: a Anunciação, o Magnificat, o nascimento de Cristo, a apresentação do menino no Templo, a vida missionária de Jesus, sua Morte na Cruz, os primeiros anos da Igreja e Maria no Apocalipse. A Virgem Santíssima sempre se mostrou confiante no amor de Deus e, no silêncio, na vida contemplativa, ensinou a todos, assim como o nosso Santo Pai Seráfico, que viver a loucura da Cruz é a maior sabedoria que se toma nesta vida!

No segundo momento, a refletimos de acordo com a tradição da Santa Madre Igreja: de início, com as homilias de grandes teólogos: Santos Sofrônio, Ambrósio, João Damasceno... Todos eles, sem nenhuma exceção, foram unânimes em afirmar que Maria foi aquela que, mesmo vivendo na pobreza – pobreza esta que nós também comprometemo-nos vivê-la, tornou-se a maior de todas as servas, carregando, em si, o Senhor, nosso Deus! Mesmo ela sendo tão cheia de graças, sempre se humilhou, principalmente por seu silêncio e vida contemplativa, para que n’Ela víssemos apenas a Cristo!

“Em Maria, nascemos não para o Mundo, e sim para Deus”!

O encontro culminou com a nossa participação na 23ª Romaria Jovem Salesiana que, diga-se de passagem, foi um momento belíssimo que começou com a Santa Missa no Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora de Fátima. Após a bênção, saímos rumo à Basílica do Sagrado Coração.
Concluo afirmando que este encontro foi muito especial! Refletir sobre a Bem-Aventurada Maria nos enriquece espiritualmente e enriquece, cada vez mais, a nossa vocação! Em Maria, nós aspirantes franciscanos, procuramos encontrar Cristo, pois sabemos que ela é a poderosa ponte que nos leva ao Senhor, o Seu Filho! Que ela nos conduza a viver em plena graça e santidade para que, assim como ela, vivamos aqui na Terra como se já estivéssemos nos Céu.

Seu irmão em Cristo Jesus,

Bruno Henrique Barros da Silva,
Aspirante franciscano

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Maria Santíssima na piedade de São Francisco


                 O intenso amor a Cristo-Homem, qual o praticara São Francisco e qual o legara à sua Ordem, não podia deixar de atingir Maria Santíssima. Já as razões do coração católico de São Francisco e seu cavaleirismo o levavam a amor aceso da virgem Mãe de Deus. "Seu amor para com a bem-aventurada Mãe de Cristo, a puríssima Virgem Maria, era de fato indizível, pois nascia em seu coração quando considerava que ela havia transformado em irmão nosso o próprio Rei e Senhor da glória e que por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, punha toda a sua confiança. Por isto a escolheu para advogada sua e de seus religiosos, e em sua honra jejuava devotamente desde a festa de São Pedro e São Paulo até à festa da Assunção".


                São Francisco não é apenas um santo muito devoto, muito afeiçoado à Mãe de Deus, mas é um dos santos em que a piedade mariana aparece numa floração original e singular, sem contudo se afastar, por pouco que seja, das linhas marcadas pela Igreja. A Idade Média, da qual é Filho, teve uma piedade mariana cheia dos mais suaves encantos, porque fundada toda sobre a nobreza de sentimentos e a cortesia de atitudes de cavaleiros. Os cavaleiros se consideravam paladinos da honra e da glória de Maria Santíssima.
                São Francisco, que em sua concepção específica da vida religiosa partia deste ideal e que considerava os seus como "cavaleiros da Távola Redonda", cultivou com esmero e com intensidade toda sua o serviço da Virgem Santíssima nos moldes do ideal cavaleiroso, condicionado pelo seu conceito e pela sua prática da pobreza. Nada mais comovente e delicado na vida deste Santo, que a forte e ao mesmo tempo meiga e suave devoção à Mãe de Deus. Derivada do amor de Deus e de Cristo, orientada pelo Evangelho e vazada nos moldes e costumes do cavaleirismo medieval, transposto a uma sobrenaturalidade, pureza e força singularíssima, esta piedade mariana do Santo fundador é parte integrante do que legou à sua Ordem e aí foi cultivada com esmero.

                São Francisco fez dos cavaleiros de "Madonna Povertá" os paladinos dos privilégios e da honra da Mãe de Cristo. As fontes da vida e da espiritualidade de São Francisco são unânimes em narrar quanto a igrejinha da Porciúncula minúscula, pobre e abandonada na várzea ao pé de Assis, igrejinha de Nossa Senhora dos Anjos - atraía as atenções de São Francisco e prendia a sua dedicação. Atraiu as suas atenções, quando estava para cumprir, segundo a interpretação que lhe dava, a ordem de Cristo de reconstruir a Igreja Santa. O edifício ameaçava ruínas. São Francisco pôs mãos à obra e em pouco tempo, com pedras e cal de "Madonna Povertá", restituiu a estrutura da capela: "Vendo-a (a capela) São Francisco em tão ruinoso estado, e movido por seu indizível e filial afeto da soberana Rainha do universo, se deteve ali com o propósito de fazer quanto fosse possível para a sua restauração... Fixou neste lugar a sua morada, movido a isto pela sua reverência aos santos anjos, e muito mais pelo entranhado amor da Mãe Bendita de Cristo".
                Depois de assinalado por Cristo com os sinais gloriosos, mas dolorosos da Paixão, São Francisco voltou à Porciúncula. De lá partia novamente para pregar, mas voltava sempre. Os irmãos, apreensivos pela sua saúde combalida, obrigaram-no a permitir o levassem aonde melhor podiam atender ao tratamento reclamado pelo eu estado. Quando, porém, ia findar o tempo que Deus lhe concedera, e sabia quando findaria, São Francisco pediu que o levassem novamente à capelinha da Virgem dos Anjos. À sombra da igrejinha entregou sua alma a Deus no trânsito incomparável que foi o seu. Maria Santíssima, tão agraciada por Deus, possui encantos mil e à semelhança do seu Filho Divino é tão rica que um coração humano não pode venerar de uma só vez todas as prerrogativas de que foi cumulada pela generosidade divina.

                Há desta forma a possibilidade das mais variadas devoções da Virgem, há a possibilidade de cada qual venerá-la e amá-la sob o aspecto que mais o comove, que mais o inflama.

(Extraído do Livro "O Pensamento Franciscano", Editora Vozes)
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